terça-feira, 5 de julho de 2016

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Resenha: "Em 6 passos o que faria Jesus" - Paulo Brabo.



Rafael Campos

“Em 6 passos o que faria Jesus?”, terrível (sarcástico até a alma) trocadilho! Do título já decorre uma escolha a ser feita, um impasse: nem tocar no livro, ou, sacar que, no mínimo, é uma piada mortal. Você escolhe. (Se você for calvinista, Deus já escolheu por você. Tá bom, parei por aqui :D). Depois que li “A Bacia das Almas”, ficou mais fácil escolher: saquei a parada, e depois de ler “As divinas gerações”, último livro de Paulo Brabo, fiz o percurso inverso, e comprei esse livro dos passos.

Começando pelo inaceitável. Paulo Brabo, dono do site "a bacia das almas", realizou a indelicadíssima proeza de trocar as bolas e afirmar que Campina Grande, cidade na qual se hospedou no Hotel Gandhi (o qual conheço de perto, moro numa cidade ao lado) é a capital de Pernambuco! É claro que prontamente (quase: uns seis meses depois, quando fiz a segunda leitura do livro) enviei-lhe um (furioso e colérico) e-mail, solicitando-o desculpas e a correção da errata. O Paulo me respondeu afirmando que espera uma (quase impossível) segunda edição do livro para corrigir a mesma.

Passando do trivial para o miolo, o livro possui 6 passos sistemáticos (quase com certeza ele odiaria ler isso) e, ao mesmo tempo, não sistemáticos, pois devem ser internalizados na conduta sem uma racionalização mórbida, de como um seguidor de Jesus deveria se portar e um sétimo passo, que não é um passo, mas uma conclusão bastante ousada a partir da reflexão feita sobre a relação entre o cristão e o Cristo. Este deveria ser por nós, cristãos, esquecido, e, portanto, encarnado. Um mundo ideal seria o que Jesus não fosse mais ensinado, talvez pouco falado. 

Classifico o livro como pequeno e perturbador: como aqueles pirralhos, que quanto menores, mais barulho fazem e infernizam a paz interior. Em poucas páginas e com uma escrita de mestre (das palavras), Brabo irrompe com uma análise das coisas que os cristãos fizeram questão de não seguir (esquecerem?) em Jesus, e que, talvez, seriam as que ele mais se importasse que seus discípulos internalizassem (ou para ser mais ocidental, seguíssemos à risca)

Pelo fato de o livro ser pequeno, não ouso dizer mais nada a respeito do conteúdo de suas páginas. Comprem-no. Através de um saboroso diálogo íntimo com o leitor, desafia os cristãos a (re)pensarem toda sua conduta e vivência, pela constante introspecção do início ao fim, e ao mesmo tempo, desafia os “de fora” a (re)pensarem sobre diante de qual tipo de cristianismo estão “do lado de fora”.